segunda-feira, 26 de abril de 2010

São Paulo, 26 de abril de 2.010.


Querida amiga,



Estou mandando esta carta para dizer-lhe algumas palavras.
Eu já chorei o choro que você chorou hoje.
Reconheci nos seus olhos a dor que já doeu em mim.
Por isso, se quiser, pode contar comigo.


Eu gosto muito de você e, mesmo que você não chame, estarei sempre por perto.
Não te perguntarei sobre nada. Sei como falar torna-se um ato de extremo esforço nesse momento.
Mas, ainda assim, estarei com os ouvidos sempre abertos para qualquer som emitido pela sua delicada voz.


Na hora do tombo, a gente dá com a cara no chão e chora porque acha que não vai saber ou conseguir levantar.
Depois a gente se conforma de já estar no nível mais baixo que nos é possível chegar, e relaxamos.
Ao relaxar descansamos.
Acabamos por ficar tão familiarizados com o chão que logo começamos a perceber que é possível se movimentar.
Com poucos movimentos fazemos deste mesmo chão, o primeiro degrau para se apoiar e levantar.
Uma vez de pé, reaprenderá a andar. O processo é lento e trabalhoso, mas aos poucos, irá se dando conta das pernas que têm e dos possíveis passos que poder dar.
Talvez eles sejam menores do que, de fato, os imaginava. Mesmo assim se sentirá estranhamente livre. E feliz!


Nós já somos companheiras de viagem, mesmo que nunca mais falemos sobre o assunto.


Estou por perto.

2 comentários:

Mari disse...

O tombo sempre é grande, maior do que achamos que ele poderia ser. depois nos entregamos, exatamente como vc disse, a força brota do peito, abraça o corpo, faz um capa protetora e depois, passa. como deve ser passado, pq chega depois o sol para secar a chuva que caiu!

Thais Abrahão disse...

Mais uma companheira?