quinta-feira, 22 de abril de 2010

O banho de Patrícia





Foi só ao sair do banho, que acabara de lhe devolver a pele umidamente esterilizada, que Patrícia deu-se conta.
Deixara de tomar o banho da noite anterior. Mas não por um motivo qualquer.
Patrícia sentiu, sob o calor da água de seu banho, escoar o cheiro dele.
E, ao não tê-lo mais em si, deu-se conta.
Não havia, em momento algum, negado o banho.
Tinha sim, com propriedade, escolhido dormir no cheiro que até aqui a alimentara.
Esteve leve ao longo do dia: no corpo e na alma.
Leveza demais, que de tão leve quase deixou Patrícia encostar, com as pontas dos dedos, na alegria.
Amedrontou-se sem pudores.
Simples assim.
Depois da alegria tocada, quem viria ela a ser?

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