quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DE MUDANÇA



Carrego comigo:


Muitas recordações e poucas memórias
Muita hereditariedade e pouca herança
Muitas experiências e poucos fatos


Pequenas escolhas e enormes concessões
Pequenos passos e grandes tombos
Pequenas pausas no meio de muito trabalho


O silêncio dos dizeres
O calor dos bons afetos
E o cheiro do amor


A perda de tempo que me faz preencher a vida
A boa companhia que me faz minha solidão
E o porta xampu que trago desde que morava com os meus pais!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A demora que na rapidez mora

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Era uma vez, uma menina que, enquanto se fazia psicóloga, acabou por se tornar mulher.

Rápido.

Com o rosto emoldurado de largos cachos, que só lhe faziam a beleza realçar, ela cresceu rápido demais.

Demais.

De acordo com a urgência que lhe trancava o peito, mal percebeu que as linhas retas moravam dentro das formas espiraladas que trazia pendurada na cabeça. Seus cachos eram muito mais que um simples capricho da genética.

Capricho.

Movimentando-se vigorosamente, passou desatenta ao valor das curvas. Já estas, por sua vez, nunca mais se esqueceram dela.

Esquecimento.

A mulher, sem saber, era obstinadamente perseguida pelo próprio destino.

Próprio.

E apavorada com aquilo que já não mais se escondia, passou a alma a vazar-lhe pelos poros.

Dor.

Antes fosse pelos olhos...

Lágrimas.

Ela nem sequer suspeitava que a verdadeira demora de sua vida, a única de todas pela qual poderia acertadamente se lastimar, era a constatação de que ela precisava, isso sim urgentemente, aprender a chorar!

Encontro na hora.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Respostas?

Quando o amanhã vai chegar?
Destino ou livre-arbítrio?
Por que nunca fizemos isso antes?


O que da vida, em vida, é preciso deixar morrer para continuar a viver?
Tempo?
E agora? O que eu faço?


Por escolha ou pela falta dela?
Deus?
Qual o melhor caminho?


O que lembrar e o que esquecer?
Sabor do saber ou saber o sabor?
Quando o ontem vai passar?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eleições

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2009/12/serra-ou-dilma-escolha-de-sofia.html

Achei um desperdício um texto tão bem escritos pra ideias tão pouco novas.


Até ele começar a falar mal do PT tinha a esperança de que abrisse o texto no sentido de colaborar para que nós eleitores pelo menos nos déssemos conta do quanto ainda precisamos aprender a votar.

Queria MUITO um texto tão bem escrito desse com ideias compatíveis, entende?

Eu ainda não tenho ideia pra quem darei o meu voto, mas tenho me atrevido a ler sobre mais de dois candidatos. Por que será que tudo acaba sempre entre PT e PSDB? E se essa fórmula continua funcionando, pra que eles, justamente os políticos, irião nos propor algo diferente?

O autor acaba mordendo o próprio rabo. Eu não consigo entender o que há de libertário em seu artigo... Talvez seja a liberdade de falar da própria posição política?

Ele escolhe para abrir o texto uma frase belíssima: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam", mas para por aí.

Tudo o que vem adiante fala de um eleitor que simplesmente vota em um partido para impedir que o partido que ele odeia chegue ao poder. Fico me perguntando: em quem, ou em o que ele vota mesmo? Vota pelo melhor ou tão somente para evitar o pior?

Isso é entender de política? A meu ver, que não entendo abolutamente nada do assunto, ele entende de PT e PSDB.

Em um outro momento o autor traz uma outra frase: Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam (Edmund Burke) .

Fico pensando se, para esse autor, evitar o mal já seria uma espécie de'"ação do bem". Até entendo quão bacana é ele se posicionar, mas de verdade, eu penso de um jeito muito diferente disso.

Tenho certeza absoluta de que não entendo absolutamente nada de política, mas imagino que ela pode ser bem mais inteligente do que vem se apresentando e bem maior do que as rusgas intermináveis entre os dois partidos que se apresentam sempre como principais concorrentes.

Essa mudança jamais será proposta por aqueles que estão no poder, sejam eles quem forem. Se é preciso alguma mudança, não seríamos nós os mais indicados a iniciá-la?

Sem voto não há eleição, simples assim.

Acontece, porém que iniciar uma mudança dá trabalho. De verdade. E isso quase ninguém quer. É mais fácil fazer um relicário dos podres do partido que se odeia e depois escrever um puta texto desse para declarar, com notável competência ( em escrita, é claro!), que pelos mesmos motivos votará no outro.

Sei lá, talvez eu entenda menos ainda de política do que imaginava. De qualquer maneira prefiro me posicionar de outra maneira: tentando verdadeiramente aprender sobre.