quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Preciosa justeza




A menina dos balões encantados - Sandra Guinle


Pairava sobre a mesa, um livro com a história da beleza
Reunidas em torno dela, três pequenas realezas.
Cada uma dona de sua própria inteireza
Deixaram perdido no ar um discreto cheiro de grandezas.

No intervalo das pequenas gotas de precisão
Era possível ouvir lhes bater no peito o coração.
A precisa emoção da justa posição.

Eis a beleza da preciosa justeza.




quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Interferências do ar

Ciranda Mágica - Sandra Guinle


Começamos a pensar nas despedidas para delas cuidar.
E nessa aterrisagem do fim voltamos a vê-los brincar.
Em busca da melhor aterrisagem nos perguntavam, a todo instante, como voar.
Partimos juntos e fomos sobre a tal pergunta pesquisar.
Estavam em pleno voo enquanto nos pusemos a observar.
Encontravam-se lá as meninas na ponta dos pés a saltitar.
Os meninos faziam as capas balançarem até dançar.
Juntos subiam na jabuticabeira para, depois, de lá de cima pular.
E para as tentativas mais ousadas, teve até susto de fazer a professora perder o ar.
Mas entre fadas e heróis ainda havia muito que buscar.
As pistas de carrinhos nós fomos pegar...
Muita força fez o carrinho derrapar.
Alta velocidade o fez, num belo voo, planar.
Empurrá-los com força só fez o desafio aumentar.
E a cada voo levantado era necessário para a pista regressar.
Juntos fomos descobrindo as diferentes possibilidades de aterrisar.
Teve até uma turma que quis escrever um livro para uma história contar.
Maneira sabida de registrar...
Passo importante para o conhecimento transformar!
E na transformação, o imóvel disco de madeira começou a girar.
Os bichos, antes presos no papel, quiseram se libertar.
Mas pra todo esse movimento foi preciso a força na mão empenhar.
Os sorrisos eram de fazer a nossa retina se enfeitar.
A lente da câmera só fez a imagem em nosso ouvido sussurrar:
Eram das crianças todo aquele pensar!
Às professoras coube a arte de revelar.
E a melhor revelação fez a consciência documentar:
Embriagadas pelo valor de ensinar.
Elucidaram já não serem mais as mesmas que eram antes de tudo brotar.
A proximidade do fim as trouxe também a perspectiva de recomeçar.
Sabendo as crianças como aterrisar, poderiam agora com liberdade voar.
E no meu coração, estejam certos, ficará para sempre um carrossel a rodar!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Praticando a teoria ou teorizando a prática?

.

Angústia e só, poderia ser simplesmente.


Bastaria- me a solidão dela remanescente.


Aconteceu- me diferente: leitura subjacente.


O coração? Decrescente.


Tudo em forma de uma pequena escrita indecente!