Patrícia só pôde ser ela quando, de repente, foi outra.
Outra de si mesma.
A mulher demorou a nascer, mas quando o fez, pronunciou-se com firmeza admirável.
Patrícia vestia, na melhor versão de si mesma, jeans e camiseta branca.
Algo nela cheirava a terra...
Era bom assistir Patrícia!
Invariavelmente fazia rir a todos que se aproximavam.
Ela tinha o abraço dos bem amados e a temperatura dos bons amantes.
Ao completar seus 30 anos, Patrícia se foi. E depois nasceu.
Tinha no olhar o brilho de poucos e, embora estivesse longe de ter tudo o que desejava, tocara, quase sem querer, nas estrelas penduradas no céu.
Patrícia sabia ter encontrado seu caminho.
E nesse dia saltou-lhe da boca um sorriso tão profundo que ela teve marcado pra sempre em sua saliva o inconfundível sabor da plenitude.
E plena da incompletude que lhe fora conferida deu de cara com a vida: e agarrou-a.
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Patrícia
Patrícia tinha a leveza digna dos que carregam poucos arrependimentos.
De presença despretensiosa, cheiro suave e cor natural, ela fazia marcar na areia as próprias pegadas com uma suavidade que podia soar agressiva àqueles que não tinham coragem de pisar o próprio chão.
Caminhava em frente. Sempre.
Patrícia nunca fazia o que tinha quer ser feito e pagava caro por isso: era desesperadamente alegre de tanto fazer o que queria fazer.
Era simples e bonita. Mas também era um pouco outono, um pouco primavera.
Tinha um sorriso indecente e um olhar atrevido.
Agradava-lhe, e muito, preencher o olfato de bons odores.
Tinha também verdadeira obsessão pelas cores que reluziam debaixo da luz amarelo ouro do sol. Ah, essa luz...
Patrícia ia e vinha no tempo como bem entendia.
Insubordinável, ela amava devagar e fundo por apreciar movimentos lentos e saborosos.
No corpo honesto trasbordava-lhe, discretamente, a alma transgressora.
Mais fazia do que pensava, mas por diversas vezes se pegou pensando no que fazer.
Ela era como o calor que diferencia a brisa fresca da gelada, portanto seu significado era quase imperceptível a olhos nus.
Sem nenhuma sombra de dúvida, o melhor de Patrícia era o som da risada quase pronográfica com que ria de si mesma.
Para encontrar Patrícia bastava procurá-la.
PROCURA-SE POR PATRÍCIA!
De presença despretensiosa, cheiro suave e cor natural, ela fazia marcar na areia as próprias pegadas com uma suavidade que podia soar agressiva àqueles que não tinham coragem de pisar o próprio chão.
Caminhava em frente. Sempre.
Patrícia nunca fazia o que tinha quer ser feito e pagava caro por isso: era desesperadamente alegre de tanto fazer o que queria fazer.
Era simples e bonita. Mas também era um pouco outono, um pouco primavera.
Tinha um sorriso indecente e um olhar atrevido.
Agradava-lhe, e muito, preencher o olfato de bons odores.
Tinha também verdadeira obsessão pelas cores que reluziam debaixo da luz amarelo ouro do sol. Ah, essa luz...
Patrícia ia e vinha no tempo como bem entendia.
Insubordinável, ela amava devagar e fundo por apreciar movimentos lentos e saborosos.
No corpo honesto trasbordava-lhe, discretamente, a alma transgressora.
Mais fazia do que pensava, mas por diversas vezes se pegou pensando no que fazer.
Ela era como o calor que diferencia a brisa fresca da gelada, portanto seu significado era quase imperceptível a olhos nus.
Sem nenhuma sombra de dúvida, o melhor de Patrícia era o som da risada quase pronográfica com que ria de si mesma.
Para encontrar Patrícia bastava procurá-la.
PROCURA-SE POR PATRÍCIA!
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