domingo, 30 de maio de 2010

O destino de Patrícia

Patrícia só pôde ser ela quando, de repente, foi outra.
Outra de si mesma.
A mulher demorou a nascer, mas quando o fez, pronunciou-se com firmeza admirável.
Patrícia vestia, na melhor versão de si mesma, jeans e camiseta branca.
Algo nela cheirava a terra...
Era bom assistir Patrícia!
Invariavelmente fazia rir a todos que se aproximavam.
Ela tinha o abraço dos bem amados e a temperatura dos bons amantes.
Ao completar seus 30 anos, Patrícia se foi. E depois nasceu.
Tinha no olhar o brilho de poucos e, embora estivesse longe de ter tudo o que desejava, tocara, quase sem querer, nas estrelas penduradas no céu.
Patrícia sabia ter encontrado seu caminho.
E nesse dia saltou-lhe da boca um sorriso tão profundo que ela teve marcado pra sempre em sua saliva o inconfundível sabor da plenitude.
E plena da incompletude que lhe fora conferida deu de cara com a vida: e agarrou-a.

Um comentário:

Mari disse...

Adorei a frase: "inconfundível sabor da plenitude" e ameio o texto!