domingo, 4 de abril de 2010

Ela, mais uma vez.

O sonho (1932), Pablo Picasso


Agora não se tratava mais de somente um apreço pelas formas arredondadas.
Ela, definitivamente, as incorporara.
E tal ocorrência só era possibilidade viva àquelas que de fato eram mulheres.
E ela só podia ser mulher.
E estava entorpecida do próprio amor que carregava.
Pensou em se auto- acolher em algum lugar que fosse a origem.
Ela não encontrou. As origens são assim somente no momento em que dão.
Depois da origem vem a intersecção.
Imaginou-se contraída em forma de círculo.
Esquentou-se do próprio sangue.
Ela riu sozinha no momento que sucedeu ao desespero.
Esteve fora por alguns instantes e depois retomou.

                                                   

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