sexta-feira, 26 de março de 2010

Segredo



Ele era dela, mas a constatação do fato não era, definitivamente, o suficiente para que fosse reconhecido.
Ela tinha o segredo agora, mas não o tivera desde sempre. Foi só após a citada revelação que ele pôde enfim, mostrar-se em segredo.
Ele estava nela, mas tão secreto em si mesmo que era, precisou de outro alguém para desvendá-lo.
Ela entregou a caixinha fechada e a teve de volta entreaberta.
Segredo que era protegia-se da luz escancarada.
Por entre os pequenos raios de baixa luminosidade com que alguém clareara a caixinha agora, ela conseguira, por fim, deleitar-se na escuridão do segredo que iluminava...

Um comentário:

Márcia Fortunato disse...

Thais, é interessante observar os amigos leitores tentarem identificar o conteúdo dos textos com a realidade... Na leitura parecem buscar identificar-se e reconhecer no texto o autor da vida real. Lembra que já comentamos de que ler é, dentre outras coisas, RECONHECER?
Querida, acompanho suas publicações, embora nem sempre tenho tempo de deixar bilhetinho.
Hoje deixo de presente uma recomendação de leitura:
TCHÉKHOV, Anton. Sem trama e sem final: 99 conselhos de escrita. Tradução Homero Freitas de Andrade. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Li e gostei muito.
Beijo, Márcia.