segunda-feira, 15 de março de 2010

Sinceramente?

Tem horas que eu simplesmente vou.
Depois eu canso e aí eu paro.

Parei!

E dessa vez, por incrível que pareça foi em frente a TV. Raramente faço isso.
Tem me faltado a paciência necessária.
Mas parei e assisti.
Era uma cena da Lilia Cabral (não me lembro o nome da personagem dela) com a sua filha Izabel (não me lembro o nome da atriz) e apesar de não entender absolutamente nada sobre artes cênicas arriscaria um palpite arbitrário que as interpretações pareciam bem um duelo de titãs.
O fato é que a Lília Cabral tentava “endireitar” sua filha, só que para isso destilava impiedosas e amargas palavras como se não houvesse outra possibilidade que não fosse a de destituir-lhe a alma.
No ódio estampado nos olhos de Izabel reluzia uma mãe cega. Completamente cega. Incapaz de ver um vestígio sequer da amargura com que ela impregnava o ambiente. Só a filha merecia!
Esta por sua vez, filha de quem era, não deixou barato, mas ainda que tenha respondido à altura, guardava com a tampa do baú escancarada uma única ressalva: era ela a filha.
Faltou um ouvido e ela gritaria pela sua ânsia de ser olhada, mas a mãe estava surda.
Não para a filha. Para o que dela ela não suportava ver inventado na filha...
Seria, de fato, a Izabel tão ruim?

Assim que a cena acabou eu me perguntei
E depois de me perguntar silenciei.
Silenciada pensei.
Sinceramente?

Um peixe fora d'água foi como me enxerguei!

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