quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Encontro

Conforme escrevo, vejo assim aparecer diante de mim a mais pura forma humana. A escrita é do homem e somente para ele. Qualquer que seja seu caminho só há uma maneira de alcançá-la: ser humano.
Sim, há diferença nos caminhos. Mais que isso, há também no homem a profunda necessidade de nomear. Afinal de contas, sobre o que escreveria não fosse sobre suas brilhantes criações? E como dela falariam não fossem seus singulares nomes?
A escrita é por si só a mais profunda criação humana, ou seja, a construção da escrita só é viável a partir da mão de um homem e, a meu ver não há homem que não seja um misto de duas poções que se arranjam em equilíbrio peculiar para cada um.
Não há um único tecido que se faça de apenas um fio. Para haver um tecido é necessária uma trama de muitos fios, assim como para haver um texto é necessária uma costura da razão com emoção.

O homem é o tecido que se forma desta trama costurada cuidadosamente e assim como há uma imensa variedade de tecidos, há também a enorme variação de estilos.
Acredito que hajam aqueles que lêem racionalmente. Para estes determinados textos.
Outros escrevem emocionalmente e assim criam textos nunca dantes lidos.
É preciso, sem nenhuma dúvida, saber-se homem para escrever. É necessário aproximar-se de si mesmo. Os escritores são feitos de leitores e vice-versa. Para saber o que escrever é preciso saber do outro e só se pode saber do outro quando se sabe de si.
Sim, os caminhos que compõem o processo de criação podem ser inúmeros. Nem mesmo entre os que escrevem de maneira semelhante há um consenso.

Cada um à sua maneira e sempre no um há de se encontrarem todos.

Um comentário:

Márcia Fortunato disse...

Thaís, suas reflexões são muito interessantes e sua escrita muito sensível. É sempre muito bom ler seus textos. Acho que você precisa sistematizar a reflexão para que ela seja um instrumento de trabalho e alimente novas investigações.
Beijos, Márcia.