sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Diário de bordo (Confissão)

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Desde ontem as confissões têm-se feito insistentemente presentes no meu caminho.
Não as minhas.
Essas eu farei agora.
As confissões acontecidas, porém, entrelaçaram-se nos acontecimentos da minha própria confissão.
A partir de outras, com a de vocês, mora a minha.
Eu.
Desde que me mudei, dentre as aquisições que mais fiz para casa, são as lâmpadas que encabeçam a lista.
Eu sempre soube sob qual luz gostava de morar, mas demorei em aprender a escolhê-la.
E depois de escolhê-la, em buscá-la. Eu demorei, mas cheguei.
Bem na época.
Eu confesso:
Hoje o amor correu pelas veias, a felicidade oxigenou o cérebro e o cansaço rendeu o corpo.
Sem planejamento algum, me vi sentada com três pessoas essenciais na minha vida. Estávamos juntas na sala da minha casa e éramos quatro. Mais a Maria.
E olhá-las juntas, tão perto e tão de perto teve um sabor inexplicável.
Algo como deixar de ser uma ilha imóvel para desfrutar da liberdade de uma baleia.
Ainda que ela carregue certa densidade, movimenta-se com justa liberdade.
Carrega consigo apenas o tamanho necessário.

Boa noite.